novembro 26, 2009

Hugs, kisses and disere # 18

me abraça?
- não posso

segura minha mão?
'seus dedos se entrelaçam'

me beija?
- tenho vergonha 'beijo'

sentiu minha falta?
- todos os dias, senti algo preso a minha garganta que me sufocava como se fosse um choro infantil contindo dentro de meu peito.

porque não me procurou esse tempo todo?
- tive medo, tive receios, tinha medo do meu proprio sentimento e amor por você, tive e tenho medo todos os dias.

ué, você não é uma garota forte?
- sou e você sabe disso, mas quando envolve você pareço criança, me sinto completa, feliz... é inevitavel... não sou fraca ao seu lado mas me torno alguem com sentimentos frageis!

fica comigo para sempre, mesmo que o para sempre, sempre acabe?
- 'abraço' fico, desde que o para sempre seja uma canção tocada por dedos suaves em um piano antigo no canto de uma sala em um chalé, no topo de uma montanha, onde o hoje seja nossa felicidade e o amanhã não venha ao certo e nossos cachorros fiquem deitados na nossa sala com um piano como se fizessem parte vitalicia dela.

te desejo com o sempre.

novembro 24, 2009

Chico # 17

Começou procurando no quarto. Nada debaixo da cama. Nada atrás dos travesseiros. Abriu o guarda-roupa, cada gaveta... Não encontrou nem um sinal. Saiu a procurar pela casa, vasculhando cada canto. Encontrou algum resquício atrás das portas. Provavelmente impregnado ali naquele dia em que bateu a porta e a raiva. Buscou mais e foi encontrando partes pequenas. Um resto em cima do sofá, de uma bela noite passada. Um pouco no tapete da sala, talvez de um dia em que rolavam pelo chão. Encontrou um pouco na geladeira, preso ao pote de sorvete. E uma quantidade razoável no álbum de fotos e na estante de livros. Depois foi aos discos e encontrou um pouco em algumas melodias antigas, coisas do Chico e do Oswaldo. Manteve a esperança e até encontrou em alguns gritinhos modernos, uma coisa de hopelandic. Foi assim que começou a caça por pedaços de sorrisos inteiros que um dia existiram. Ontem encontrou um risinho raro em uma carta. E hoje em um sonho, prevendo o futuro. Está formando um quebra-cabeça dos pedaços que perdeu. E foram tantos. Quem sabe, um dia aprende a fazer colcha de retalhos de pedaços de sorrisos. Quem sabe, não.

O que o amor vê? # 16

O amor vê cara, vê coração e vê saldo de conta. O amor vê carro, casa e perfume Dior.
Chora por desconto e corre em liquidação.
O amor procura o fácil, belo e de qualidade - sem esquecer o parcelamento de quatro vezes no cartão: - Leve agora e pague depois.
Se o produto estiver estragado? A culpa é de qualquer outro por aí...
O amor só existe de forma pura na infância, em Branca de Neve ou Cinderela não há nenhum tipo de cobranças. E mais tarde descobrimos que todo esse amor de conto de fadas, serviu apenas para o lucro de cineastas rechonchudos.
Mas porque tais produtores não passam à mensagem real?
Será que não percebem a lavagem cerebral infantil que criam?
A Disney é a maior criadora de futuros relacionamentos frustrados, criados ao léu e embasados na ilusão.
Pois o amor do mundo real se consiste numa massa capitalista, que lucra com filmes e mostra apenas o lado feliz raramente existente.
O ser humano é um eterno masoquista que adora viver num plano superior ao próprio.
E afinal de contas, quem hoje em dia gostaria de assistir à sua própria e frustrante realidade?

novembro 18, 2009

Words for you # 1

abriu os olhos e após alguns segundos, destinada e forçada à relembrar flashes da noite passada.
- lembrou-se.
e então, ainda com olhos sonolentos, esticou o braço e percebeu que ele ainda estava ali, deitado, dormindo, na mesma posição em que adormecera noite passada. por vezes tentou se levantar para ir até a cozinha, mas suas pernas estavam moles, sem força alguma. a cabeça girava, e o estômago ao avesso revirava pedaços mal mastigados de pizza, que os dois haviam dividido antes de se enrolarem entre os lençóis. virou-se para o lado e tentou dormir outra vez, mas a felicidade e a ansiedade não a deixavam sequer fechar os olhos novamente. virou-se outra vez, gemeu baixo e o abraçou, ele não se mexeu. a sua respiração era tão sutil, suas mãos debaixo do rosto eram tão belas, seus cabelos perfumados, seus olhos fechados, seus braços, suas pernas enlaçadas nas minhas, sua pele branca, era tudo tão perfeito. Decidiu então dar-lhe um beijo de despertar. com os lábios entre abertos beijou-o no rosto e em seguida na boca. os olhos dele se abriram, brilhavam como os de uma criança inocente, e então ele disse:
- eu te amo.
o mundo acabou, o mundo terrível que eu conhecia acabou no instante em que te conheci, no momento que nos beijamos, em que nos vimos pela primeira vez.
sobre a escada, o cinema, a música, os perfumes, a carta, as flores, o apartamento, o shopping.
sobre a gente, sobre nós, sobre tudo.


novembro 05, 2009

Sem titulo # 15

eles se olhavam de uma maneira diferente
ele a abraçava de uma maneira única, ela se sentia protegida em seus braços, eles não tinham nenhum tipo de relacionamento, eram apenas ‘novos’ amigos, se viam diariamente e ela se pegou pensando nele por mais de uma vez, estava se sentindo estranha, na noite anterior em meio a um vídeo ela se recostou próximo a ele, sem nenhum tipo de intenção com o rapaz pois o mesmo teria uma namorada, soltou os cabelos e ficou apenas ouvindo o que falavam no vídeo, ele delicadamente começou a acariciar seus cabelos... Ele tinha a delicadeza e demonstrava um carinho por ela, algo que ela não queria acreditar, ficaram ‘presos’ a este momento por quase uma hora, ela não conseguia se mexer, estava anestesiada... Entorpecida por aquele momento...


[...]


Assim adormeceu e como um príncipe ele a acordou delicadamente.