dezembro 18, 2009

Amor? # 21

Nenhum encontro poderia ser mais perfeito que aquele. Um encontro de Almas. Um encontro de sonho. A personalidade dele a inebriava. Entontecia. Acelerava. Um sorriso nascia em seus lábios, frente apenas à menção do nome dele. A personalidade dela o acalmava. Presenteava-o com a sensação de possibilidade. Alguém tão ávida, tão entregue, tão escancarada quanto. Quase não podiam crer no encontro. Por dias se viram. Outros se aproximaram. E mais alguns se apaixonaram. E como seus corpos gostaram desse encontro. As reações vinham de um lugar nunca antes conectado. Quando o corpo estremecia com a chegada do outro, a alma já tinha delirado, os sinos todos já faziam orquestra, o coração era o último a saber. Um toque de mãos. Como gostavam das suas mãos unidas. De todos os encaixes, o mais perfeito. E encaixe era uma palavra perfeita para esse encontro de dois. Não havia mais distância, onde estivessem, estavam juntos. E riam. E choravam. E brincavam. E falavam. Como falavam. Ela se derretia ao sabor daquela voz forte, determinada e terna. Como ele sabia ser terno com ela. E ela com ele. E ele pedia pra ficar mais, pra falar mais, pra ligar mais, "pra nunca mais ter que ver você partir". Algo sondava esses dois, no entanto. Ao que eles resistiam. E insistiam. E permaneciam. E permanecem. Esse é um espaço pra falar de sonho, de beleza de coisas que dão certo. Por que então, estou falando sobre esse Amor que não encontra tempo, lugar, espaço, possibilidade? Por que é lindo. Porque não deixou de existir e nem nunca deixará. Porque existem sinais vitais, porque ela sente , porque ele sente. E na prática, porque ele ligou. Não disse nada. Mas ligou. Ela retornou. Não disse nada. Mas ligou. E assim eles seguem, tão perto e tão distantes. Amando.

dezembro 14, 2009

Saudações # 20

Eu chego. Eu, um dia, chego até aí e você vai perceber que eu quis de verdade, lutei e cheguei. Ao contrario de você, eu não deixei, não faltei, não consegui desculpas tão esfarrapadas como aquelas roupas que você insiste em não deixar sair do seu guarda-roupa.
Eu consigo. Eu, um dia, consigo te alcançar. E quando eu o fizer, você vai olhar pra mim e me perguntar pela minha varinha e meu cone. Porque fada [madrinha] sempre tem que ter aquele vestido esvoaçante e azul da cor do céu dos teus dias mais calmos.
E se eu não chegar, se não conseguir... Chega, consegue. E me prova que nesses meus "vinte e poucos anos" eu não aprendi nada ainda sobre esse tal sentimento que faz o céu ficar mais cheio de estrelas e as noites mesmo de lua nova tão lindas.

Saudações!

dezembro 11, 2009

Dom Casmurro # 19

Eu voltei a sonhar que podia amar. Era um dia de Sol e radiantemente todos sorriam. Meus ombros que por tanto tempo estiveram cansados, leves tornaram-se. Havia música singela e nenhuma nuvem de solidão. Eu sonhei e acordei sorrindo. Mas eis a desilusão, outro dia cinza, palavras duras, verdades que são ditas e de forma agressivas explodem diante dos nossos olhos. Dilemas? Alguns. Certezas? Pouquíssimas, mas cabe aqui um parêntese. Chega de capítulos complicados. Chega de não se posicionar. Talvez eu seja uma tola egoísta, talvez eu devesse aprender a ser mais conivente. Não, conivente não é bem a palavra. Cada dia mais misantropa, mais Casmurro, mais feliz. Poderia usar as palavras que ouvi e dizer: se não gostarem da minha presença, problema de vocês. Não, não acho as coisas tão simples assim. Poderia dizer que não estou com vontade de discutir esse assunto e fingir que está tudo bem. Não, também não sou assim. Sou o bom e velho MAU, e da minha maneira vou tentando estabelecer um caminho ético e que parte do princípio básico que gostaria de ajudar o máximo de pessoas possível, nem sempre isso é possível. E espero está sendo honesto comigo mesmo. Eis um caminho difícil.